De tempos tem tempos nos deparamos com algum termo que vira modismo, foi assim com estratégia, ainda é com sustentabilidade e agora, inovação. Várias organizações tem adotado este termo para campanhas de marketing, deturpando de todas as formas o seu significado. Se cairmos no erro de achar que tudo que leva o nome de inovação realmente o é, acabamos por não entender os reais benefícios que podem ser alcançados.
Entre as definições de inovação, a que mais utilizo em projetos é a do Manual de Oslo da OCDE, adotado pela Finep: "implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas.". Mas a definição que mais admiro é a de Silvio Meira “Inovação é aquilo que gera mais e melhores notas fiscais” e acredito que este deva ser o foco de qualquer empresa ao implementar um programa/processo para inovação.
É importante lembrar que inovação é um processo que demanda bastante investimento (financeiro ou econômico) para que dê bons resultados. Ao iniciar um projeto inovador, a empresa deve ter em vista o seu ROI (retorno sobre investimento) desejável. O perfil e momento da empresa irá definir o tipo de projeto que ela poderá assumir. Iniciar um projeto que demandará mais recursos ou tempo que a organização pode suportar pode levar ao fracasso da ação. Todo projeto de inovação está sujeito à falha, mas a definição destes fatores aliada a boas metodologias e conhecimento empresarial podem minimizar estas perdas ou, preferivelmente, melhorar os resultados.
Um grande mito é achar que inovação deve ser buscada em um departamento isolado, com pesquisadores sem qualquer interação com o resto da empresa, como em um filme de ficção. A inovação acontece pela percepção de tendências no mercado e pesquisas bem direcionadas, com objetivos bem traçados. Claro que durante a pesquisa novas oportunidades podem ser identificadas e então o escopo deve ser modificado, mas sem perder o alinhamento com a estratégia da empresa.
Qualquer projeto, como já dito, é passível de falhas. Com um projeto de inovação as chances podem ser ainda maiores pelo seu risco inerente. O gestor deve sempre monitorar os indicadores de desempenho dos projetos a fim de fazer todos os ajustes necessários em tempo hábil e, se necessário, encerrar o projeto antes que o mesmo se desdobre em grandes gastos inconvenientes.
A gestão ágil, com indicadores e objetivos bem definidos, garantirá que o projeto caminhe o mais próximo do que foi traçado, utilizando os recursos disponíveis de maneira eficiente e entregando a inovação à organização e ao mercado, como previsto.
Sobre o autor:
Israel Wolf é Diretor da empresa Ninho Desenvolvimento Empresarial. Formado em engenharia de computação pela Universidade Federal de Goiás (UFG), possui MBA em Gerenciamento de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
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