Em tempos de dificuldades financeiras o primeiro grande desafio a ser enfrentado pela economia é a redução expressiva do consumo. As pessoas e as empresas reduzem suas compras como forma de prevenir compromissos que podem ser um peso para o fluxo de caixa.
Na nossa economia isso é um reflexo da falta de poupança da sociedade. Vivemos uma economia imediatista, onde o consumo prevalece e não existem reservas para os momentos de falta de recursos. Acabou o dinheiro, acabou o consumo! Essa situação gera o ciclo de perdas em cadeia, que paralisa toda a economia. Mas mesmo em períodos de instabilidade financeira é possível manter a boa gestão e com ela superar os períodos de crise.
Tome suas decisões com base em informações sólidas
Um bom conjunto de processos operacionais, constantemente ajustados e melhorados ao longo do desenvolvimento da empresa, permite que a gestão possa promover ajustes sem que a empresa se ressinta de continuidade. A organização poderá reagir rapidamente aos novos cenários, sem que a operação perceba grandes mudanças internas. Uma boa gestão empresarial está baseada em dois pilares: os processos operacionais e os indicadores de desempenho.
Esses ajustes processuais devem ser promovidos sempre de forma proativa e isso resulta de análises originadas de um bom conjunto de indicadores de desempenho, capazes de sinalizar as mudanças de cenário com significativa anterioridade.
Quando tratamos de indicadores de desempenho, sempre usamos a analogia de um painel de mostradores (oucockpit). Nessa comparação a melhor referência que me lembro é o painel de um Fusca. Ele aponta para os dois indicadores mais importantes para os gestores desse carro:
- a velocidade - porque muitos dos donos de Fusca estavam comprando seu primeiro carro e não sabiam lidar com essa variável;
- o combustível - porque os intervalos de abastecimento seriam longos e esse item fundamental não pode ser esquecido.
O que é bem diferente do cockpit de um avião ou do painel de instrumentos de um navio, que devem ter sido as primeiras imagens que lhes vieram a cabeça.
Essa ilustração mostra que os indicadores de desempenho precisam ter ligação direta com as ações estratégicas da empresa, para que sinalizem as mudanças que possam afetar essa estratégia. As condições operacionais (quanto estamos produzindo ou faturando) não mostrarão mudanças de cenários estratégicos (qual o rumo do mercado ou da economia). Por isso que a seleção de indicadores de desempenho deve ater-se ao que é essencial e que possa facilitar sua leitura e a tomada de decisões: acelerar ou reduzir ou parar para abastecer.
Observe que o velocímetro do Fusca é bem maior que o marcador de combustível, isso porque a velocidade precisa de atenção constante, para permitir tomadas de decisões mais rápidas. Assim, também, devem ser nossos indicadores de desempenho.
Preste conta e avalie periodicamente os resultados
Mais do que ferramentas de análises, recomendamos aos nossos clientes disciplina na prestação de contas. Por isso uma rotina mensal de análise de desempenho operacional, acompanhada de uma avaliação trimestral do desempenho estratégico é o mínimo que se pode desejar de uma boa gestão.
Se não temos de prestar contas a ninguém, nos acomodamos a conduzir as operações focados no dia a dia, sem a preocupação com a obtenção de resultados. Por isso a primeira recomendação é, se você não tem ninguém para prestar contas em sua organização, crie alguém.
Para que se preste contas é necessário o uso de um bom conjunto de indicadores, usados de forma efetiva, que represente o desempenho operacional e estratégico da empresa. Geralmente utilizados o Balanced ScoreCard (BSC) para a construção dos objetivos, ações e indicadores estratégicos. Funciona muito bem e é simples de implementar, mesmo em empresas muito pequenas. Também temos adaptado e aplicado métodos ágeis, como Scrum, na gestão e tem funcionado muito bem.
Evite alardes desnecessários
TRANSPARÊNCIA é a palavra chave para condução das equipes, de forma a evitar fofocas ou mal entendidos, principalmente nesses tempos de crise. Em ótica, a transparência é a capacidade que um corpo tem de permitir que a luz passe por ele, o que faz com que vejamos além do corpo.
Diferente do que a maioria entende, transparência não implica que todos saibam de tudo, mas sim que todos saibam o que acontecerá se o caminho atual for seguido. Informações claras e antecipadas sobre acontecimentos relevantes para a empresa e seus colaboradores evitam comentários desnecessários e alarmantes sobre eventos futuros.
Comunicar bem as decisões e estratégias da empresa gera segurança nas pessoas e tende a garantir mais apoiadores para o que se pretende executar.
Líderes são sempre fundamentais em qualquer atividade!
São as atitudes dos lideres que motivam as pessoas a segui-los nas direções que apontam. Então, a postura do líder deve servir de exemplo para seus liderados, as pessoas devem enxergar um modelo a ser seguido. Para que isso ocorra, as propostas do líder devem fazer sentido para aqueles que ele deseja motivar e, para isso, ele precisa apresentar um propósito que seja inspirador para todos.
Nesse sentido o líder deve compartilhar objetivos que reflitam as aspirações e sonhos de todos á sua volta. Inspirando confiança e sendo transparente com todos.
Sobre o autor:
Jeferson Sena é sócio-diretor da Ninho Desenvolvimento Empresarial, especialista em projetos de organização e reestruturação de empresas, desenvolvimento, implementação e gestão de planejamento estratégico.
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