A captação de recursos é uma ferramenta para alavancar alguma ação estratégica, seja a ampliação de algum setor da organização, investimento em PD&I em alguma área ou lançamento de um produto, entre outras oportunidades. Sendo vista desta maneira, a captação de recursos deve andar lado a lado com a estratégia, sendo uma opção feita de forma ativa e planejada pela empresa.
Não se deve esperar até que uma oportunidade de captação (financiamento ou subvenção) apareça, nem contratar todas as oportunidades que surgirem. Recursos podem ser captados de diversas formas, desde eventos (shows, gincanas, jantares, leilões) a investimentos diretos (patrocinadores, associados). Nas empresas, a fonte mais comum de captação de recursos é a própria operação (venda de produtos e prestação de serviços) e o financiamento bancário. Seguindo o padrão do financiamento bancário, temos duas opções interessantes:
- Financiamento Subsidiado: Consiste em um financiamento com taxas reduzidas, geralmente são subsidiados pelo governo,para apoiar áreas de interesse estratégico (tecnologia, inovação, geração de emprego e outras áreas estratégicas). A vantagem do financiamento subsidiado é que ele se encontra disponível por um maior tempo e o projeto submetido aceita correções e reenvio à operadora do crédito ao longo de sua duração.
- Subvenção Econômica: Recurso não-reembolsável, antigamente conhecido como fundo perdido, destinado a projetos de interesse das agências de fomento, geralmente alinhados com as estratégias do governo federal e/ou estadual, contemplando as necessidades nacionais e locais. O recurso proveniente da subvenção não é reembolsado pelo contemplado, mas a utilização do mesmo é minuciosamente controlada, para que o projeto proposto tenha sucesso. A desvantagem da subvenção é a escassez dos editais, que ficam abertos por pouco tempo, permitindo um envio único do projeto sob a pressão de uma alta concorrência, pelo fato do recurso ser não-reembolsável.
É importante que a empresa crie um processo para gerir os projetos que nascem durante a operação, processo conhecido como Gestão Estratégica da Inovação. A empresa ganhará agilidade no processo de documentação do projeto, tendo em vista que isto faz parte da sua cultura.
Na confecção dos projetos é importante somar conhecimentos multidisciplinares, desde o conhecimento gerencial, para formar objetivo, cronograma e escopo coerentes, até o conhecimento técnico, garantindo que o conteúdo do projeto contemple as tecnologias inovadoras que serão utilizadas ou criadas durante o desenvolvimento do mesmo.
Aderência ao Edital
Os editais sempre terão partes em comum, como o objetivo do projeto, a relevância dele para o meio onde será aplicado, o orçamento, o cronograma, a equipe e a oportunidade de mercado identificada. Tendo o projeto já com estas informações principais, é hora de acessar o formulário de submissão e entender as especificidades do edital em questão.
Um termo muito utilizado na área de captação de recursos é “aderência ao edital”. Tal aderência é composta por vários pré-requisitos elencados na chamada pública. É importante, antes de engendrar em um processo de construção do projeto, certificar-se de que todas as características estão de acordo com as necessidades expostas. Os principais erros cometidos pelas empresas ao confeccionarem projetos para editais são:
- Não-aderência ao edital
- Estudo de mercado extremamente hipotético
- Projeto sem aplicações relevantes
- Ausência ou baixo nível de inovação
- Orçamentos desorganizados
- Deixar para a última hora
Geralmente, os editais limitam a faixa de possíveis proponentes pelo faturamento da empresa, participação de institutos de pesquisa nas atividades do projeto, estágio de desenvolvimento do projeto proposto e características da equipe e do produto final. Caso você queira apresentar os projetos de sua empresa para captação de recursos é interessante, sempre que possível, contar com a ajuda de quem já participou deste tipo de edital e conhece suas minúcias.
Sobre o autor:
Israel Wolf é Diretor da empresa Ninho Desenvolvimento Empresarial. Formado em engenharia de computação pela Universidade Federal de Goiás (UFG), possui MBA em Gerenciamento de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
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