A maioria dos analistas afirma que o ano de 2016 será melhor do que 2015. Não necessariamente porque haverá crescimento do PIB ou a inflação será debelada, mas porque a fase dos ajustes deve ter sido concluída e as tendências devem ser mais claras.
Alguns setores, como o de construção civil, ainda estarão enfrentando um processo de retração e a recuperação de empregos pode não acontecer, mas, ainda assim, 2016 deve ser um ano com perspectivas melhores. Retomada do crescimento mesmo, só em 2017, se fizermos tudo direitinho.
Nesse momento de grandes incertezas econômicas e políticas, o planejamento estratégico ganha importância especial, primeiro porque servirá para ajustar as ações de curto prazo para suportar os revezes que podem advir das repercussões imediatas desse ambiente conturbado; também porque deve ser um instrumento que propicie vislumbres de novas oportunidades que costumam surgir frente as alterações de cenário.
A base de um bom planejamento estratégico, independente das crises instaladas, deve sempre considerar os possíveis cenários futuros, construídos com base em uma ampla avaliação de tendências de mercado, do ambiente competitivo e das capacidades que o negócio tem de se beneficiar das oportunidades ou de ser afetado pelas ameaças identificadas para o período em análise.
As recomendações para o desenvolvimento estratégico de momento é que os empreendedores analisem quais são os problemas mais relevantes para os vários públicos em seu redor e avaliem se a empresa dispõe de competências que possam solucionar tais problemas. Muitas vezes, o resultado de avaliação é a identificação de oportunidades para o negócio.
Os momentos de crise servem para nos ensinar a sermos mais analíticos e a considerarmos a possibilidade de muitos desdobramentos distintos para os cenários futuros. Em geral, os empreendedores tendem a ser muito otimistas com suas previsões e não se apoiam em um conjunto amplo de informações para desenvolver seus planos estratégicos.
Momentos de crise também servem para mudar nossa maneira de pensar sobre negócios e mercados. Quando estamos em tempos de tranquilidade não somos impelidos a pensar de forma inovadora, mas para vencer momentos turbulentos temos de mudar nossa visão sobre tudo, o que exige ajustes em nosso modo de pensar. A crise nos leva a vencer o medo da mudança, do novo e do revolucionário.
Outro ensinamento que acompanha a crise é a possibilidade de vencermos as dificuldades por meio da cooperação e formalização de alianças com outras empresas. Atuações conjuntas, entre concorrentes, nem sempre é uma opção para os pequenos empreendedores, mas os momentos de dificuldades descortinam as inúmeras vantagens das ações de cooperação, principalmente no que tange a redução de custos e melhoria da produtividade.
Diz um ditado popular que "cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém", mas não podemos confundir cautela com medo. A cautela não pode ser algo que paralise o empreendedor e o impeça de fazer investimentos que possam proporcionar crescimento, mesmo em tempos de crise. Lançar um produto novo, que resolva problemas originados pela crise é uma atitude de ousadia, que pode render crescimento. Por isso recomendamos ousadia na busca de oportunidades, principalmente nesses momentos em que as pessoas estão cheias de incertezas e as dúvidas são agentes paralisantes.
Sobre o autor:
Jeferson Sena é sócio-diretor da Ninho Desenvolvimento Empresarial, especialista em projetos de organização e reestruturação de empresas, desenvolvimento, implementação e gestão de planejamento estratégico.
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